Foi lá que foi gestado, dentro de uma falecida coleção chamada Petit PoA, meu segundo livro, O Primeiro Anel (1996), já conhecido dos leitores deste blog. E que contém o poeminha sem título que segue, pensado num dia chuvoso como o de hoje, com vagas saudades do verão, numa parada de ônibus. (Aos leitores de fora do RS, é preciso esclarecer que Cidreira é uma praia.)
Um dia de outono escuro e molhado,
enchentes em todo interior do estado.
No abrigo-ilha, em ansiosa espera
pelo ônibus, a gente se aglomera.
— Lá vem ele! - E posso ouvir com clareza
o suspiro, inundado de tristeza,
único som na multidão inteira...
É que este ônibus vai para Cidreira.
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