Moacyr Scliar escreveu a orelha do livro. |
Dez anos mais tarde (quando foi lançado o livro comemorativo, cuja capa reproduzo aqui), já seriam 53 os selecionados, dentre mais de 5 mil poemas inscritos. Posteriormente, foi ampliado para os trens, numa parceria com a Trensurb.
Conforme publiquei aqui antes, tive dois poemas selecionados na segunda edição do concurso (1993-1994). Mas em 1997, um poema do meu segundo livro O Primeiro Anel foi selecionado para participar como convidado. Ei-lo aí embaixo, com pequenas alterações que fiz posteriormente.
A inspiração do poema vem da cidadezinha de Esmeralda, nos chamados Campos de Cima da Serra do RS, onde vivi entre 1986 e 1989. Mas o vento nos eucaliptos é um fenômeno típico de nosso litoral, e foi mais precisamente em Tramandaí que eu prestei atenção nele.
Neste ano de 2017, pela primeira vez desde sua criação, o concurso Poemas nos ônibus não aconteceu.
CIDADEZINHAS
Mosaicos de verde e telhados imóveis.
O vento anima a dança dos eucaliptos.
A chuva faz tudo parecer de vidro.
O sol espanta o povo e empresta vida
às pedras do calçamento
À noite, o som dos bichos acende
medos, desejos e lâmpadas fluorescentes.
O tempo faz crescerem e leva embora
as crianças. E os homens todos procuram
lugar certo de plantarem uma outra
cidadezinha.