O Viaduto Otávio Rocha, em Porto Alegre, fotografado em 1933 por Jacob Prudêncio Herrmann. |
Foi inspirada por uma caminhada, daquelas boas, sem rumo e sem preocupações, pelo centro de Porto Alegre, nos longínquos anos de 1980, na companhia do amigo Rômulo Giralt. (Não posso garantir, mas é possível que estivéssemos sob efeito de alguma substância, mas isso é irrelevante.)
O Rômulo (que por acaso está de aniversário por estes dias, merecendo portanto a homenagem) viria mais tarde a se tornar arquiteto e professor universitário, mas já sabia muito mais sobre a história da sua cidade natal do que eu. Por esse motivo, o poema do livro está dedicado a ele.
Também utilizei os primeiros quatro versos (com uma pequena variação no terceiro) como um texto incidental falado, na introdução da canção (dele e do Mário Humberto) "Andarilho Noturno", no meu CD Trem da Utopia (2011). Clique aqui para ouvir.
Passeio n° 5
Caminhamos na chuva rala
Nossos sapatos deixam marcas
Na calçada, por entre os prédios
Que teimamos em chamar belos
Tão jovens na idade, os corações velhos...
Que vai ser de nós, quando nossos netos
Sentirem saudades, não de antigas casas,
Não da vida calma, mas desse concreto?
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