domingo, 2 de outubro de 2016

Há quatro anos, Luta+vã vinha ao mundo

Na foto, minha editora Clô Barcellos e o poeta Ronald Augusto,
que fez a seleção e apresentação dos poemas do livro.
(foto Kiran Federico León)
No dia 3 de outubro de 2012, há exatos quatro anos, acontecia o lançamento de Luta+Vã (Ed. Libretos), meu sexto livro (quinto de poesia), na mais simpática livraria de Porto Alegre. Pela primeira vez, passei a integrar o catálogo de uma editora privada, já que os quatro primeiros foram patrocinados por entidades governamentais, e o quinto por mim mesmo.
O título faz referência a um poema de Carlos Drummond de Andrade, intitulado "O lutador", que inicia assim: "Lutar com palavras/ É a luta mais vã/ Entanto lutamos/ Mal rompe a manhã".
Além do título, um poema do livro também faz referência ao mesmo trecho de Drummond, além de dialogar com uma canção de Chico Buarque ("Eu faço samba e amor até mais tarde...") e com uma passagem célebre de Romeu e Julieta, de Shakespeare. Ei-lo:

Soneto XXIII. (Da luta mais vã)


Faço versos de amor até mais tarde
e fico deprimido de manhã.
Mistura-se ao cansaço a saciedade.
Sou o bagaço da “luta mais vã”.

E à cotovia ou rouxinol que acaso
me venham com seu canto despertar
perguntarei se terão avistado
a minha amada, quando, em que lugar?

De perguntar em vão exausto, enfim,
retornarei à torre de marfim
onde aguarda meu amor o seu leito

de morte. Onde o meu verso, porém,
encontrará seu metro, muito além
dessa amada, das palavras, do tempo.



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