Mas paciência, porque afinal um deles, o penúltimo que finalizei, acaba de ser premiado - 2o. lugar na categoria regional - no 12o. Concurso Literário Mário Quintana, promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores da Justiça Federal (Sintrajufe-RS). Além do troféu, os poemas selecionados serão reunidos num livro, a ser lançado no dia 15 de novembro, às 14h, na 62a. Feira do Livro de Porto Alegre.
Ei-lo:
Soneto XXXI
"Que posso eu amar senão o enigma?" (Nietzsche)
Bem tolo, amor, é quem te compra em drágeas
ou, ainda pior, dulcíssima emulsão,
pensando que és, amor, a cura mágica
do humano mal, divina salvação.
Ingênuo, amor, é quem pretende
permanecer distante, estar a salvo,
seguir dietas, evitar ambientes
insalubres, manter-se vacinado.
Que coisa eu posso amar, senão o enigma,
que quanto mais me é estranho, mais fascina?
Que posso amar, senão o enigma e nada
além, buscar no outro o que me falta,
sabendo nele amar o imprevisível,
amor que a nós faz cada vez mais livres?
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